Repara a
boca de quem cala
Num triste
manto de quem sente
Vê um coração
que fala
Uma razão que
não consente.
Ouve a pele
não mais tocada
Sinos meigos
a vaguear
Sabe a alma
bem lembrada
Qu’ a voz não
sabe perdurar.
Vem daí,
olho que cheira
Sente o odor
a cobardia
Que deita
amor à sua fogueira
E dá à luz
mágoa tardia.
O abraço que
não mais tem
É dado à
noite e ao luar
Nunca à mera palavra de quem
Não quer
fazer por actuar.
Esconde bem,
coração desfeito
A esperança
que volta e cria
De um dia
voltar em peito
A bater a
mesma melodia.
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