11 junho 2013

Em peito e boca


Repara a boca de quem cala
Num triste manto de quem sente
Vê um coração que fala
Uma razão que não consente.

Ouve a pele não mais tocada
Sinos meigos a vaguear
Sabe a alma bem lembrada
Qu’ a voz não sabe perdurar.

Vem daí, olho que cheira
Sente o odor a cobardia
Que deita amor à sua fogueira
E dá à luz mágoa tardia.

O abraço que não mais tem
É dado à noite e ao luar
Nunca à mera palavra de quem
Não quer fazer por actuar.

Esconde bem, coração desfeito
A esperança que volta e cria
De um dia voltar em peito
A bater a mesma melodia.

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